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terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

Materialismo histórico

Muitos enaltecem o fim da história do socialismo. Não entendem que a estrutura de pensamento que viabilizou uma teoria socialista produz um conhecimento científico. Desta forma pergunto: Como o socialismo acabou? A disputa de classe é inerente ao desenvolvimento histórico da humanidade. Escravos e senhores, aristocratas e servos, burgueses e proletários compõem disputas de classes históricas, na estrutura social da humanidade.
O capitalismo é composto por contradições. A principal delas que podemos apontar é a exploração do homem pelo homem. Essa relação não se fundamenta apenas em um desejo, mas representa a própria essência do capitalismo. Desta forma não podemos compreender como há uma possível identificação do fim do socialismo, se este se constitui na única forma de superação da estrutura exploradora do capital.
Sendo uma teoria científica, o socialismo e o comunismo, constituem-se a partir de conceitos, o materialismo histórico e dialético, fundamentam o arcabouço de pesquisa e compreensão da realidade pelo ser humano. Em primeiro lugar não podemos negar o caráter histórico do desenvolvimento da humanidade. Essa particularidade, em nossa sociedade, constitui-se numa premissa básica da realidade. Historicamente o ser humano desenvolve sua construção social, em etapas distintas e com níveis de complexidade diferenciados. Como mencionamos acima a disputa de classe constitui-se como uma realidade objetiva que precisa ser superada.
Agora, esse processo é dialético. A dialética é a fundamentação científica de compreensão desta realidade apresentada pela história. Um dos principais conceitos apresentados pelos grandes teóricos da estrutura de pensamento socialista é o conceito da contradição dos contrários. Essa premissa apresenta a identificação de forças antagônicas que disputam um processo hegemônico, durante determinado período histórico. Essas contradições levam a superação de conceitos velhos por novas formas de convivência, de trabalho, enfim de organização social. Mas, essas novas estruturas não superam imediatamente as estruturas velhas, além de usufruir destas na formulação do novo, apresentando assim um outro conceito da dialética que é a negação da negação.
O novo passa a negar o velho, que, reciprocamente o nega também, apesar de conviverem em um mesmo tempo histórico, podendo neste processo o novo estabelece-se definitivamente. Ou o velho reunir forças e superar efetivamente o novo. Essa etapa de desenvolvimento do convívio e organização social fundamenta uma outra interpretação do desenvolvimento científico do socialismo que é a transição.
Portanto não vivenciamos neste período histórico, de menos de 100 anos, nenhuma afirmação de uma sociedade efetivamente socialista teve experiências que fundamentaram e fundamentam períodos de transição do capitalismo ao comunismo, pois o socialismo nada mais é do que uma etapa transitória entre uma sociedade atrasada socialmente, para uma sociedade superior. Portanto os revezes encontrados representam uma superação do velho sobre o novo, muito em virtude das condições objetivas impostas pela história e por erros cometidos no processo de transição pelas forças revolucionárias.
Assim não podemos admitir uma afirmação idealista. A ponto de apresentar o fim de um desenvolvimento histórico. As contradições de apropriação privada do capital, numa estrutura de produção cada vez mais social, levaram os trabalhadores em algum momento histórico retomar a ruptura com o sistema que estabelece duas castas, a dos exploradores e a dos explorados. Enfim, a história como ciência natural da compreensão humana ainda contará a façanha da superação do capitalismo pela classe trabalhadora.
Ao final da década de 1980 e início da de 1990 disseram que a história havia acabado e que o idealismo e pragmatismo liberal haviam conquistado uma vitória. As duas primeiras décadas do século XXI demonstram objetivamente que os povos buscam novas etapas de estruturação em diversas partes do mundo, bem como o desenvolvimento de sociedade em transição ao comunismo apresentam índices de crescimento social que superam as grandes nações capitalistas desenvolvidas, estas ultimamente vivendo uma ampla crise do capitalismo que pode consolidar um novo momento histórico para a humanidade.