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ESPERO QUE ESTE BLOG CONTRIBUA PARA EFETIVARMOS UM DEBATE SOBRE O ESTADO DE RORAIMA. ACREDITO QUE SÓ AS PALAVRAS VINCULADAS A AÇÃO DA SOCIEDADE PODE TRANSFORMAR A REALIDADE EXCLUDENTE QUE VIVENCIAMOS NESTE LAVRADO DE MACUNAÍ'MA

terça-feira, 20 de março de 2012

Resposta ao Deputado Federal Paulo César

“Roraima e o plantio de arroz”. Uma resposta. Ontem, um deputado federal apresentou uma nota pública questionando posicionamentos em torno da produção de arroz no Estado de Roraima. Acredito que as alegações apresentadas refletem na efetividade os interesses de classe, os quais o nobre Deputado expressa claramente ao afirmar que desenvolvimento é a apropriação privada da produção coletiva realizada pelos trabalhadores. Várias questões merecem apontamentos. Primeiro o desenvolvimento do projeto de produção de arroz nunca foi uma iniciativa exclusivamente privada. Financiamentos subsidiados feitos pelo Banco do Estado de Roraima (dinheiro público e do povo) e isenção total de impostos foram contribuições impostas à sociedade roraimense, pelos governantes de outrora, que facilitaram e muito o referido projeto. Não esqueçamos o calcário subsidiado, onde na atualidade o povo roraimense contribui com R$ 100,00 a cada tonelada do insumo utilizado. Caro leitor, essa é uma característica do capital. Utiliza-se de benesses públicas para implantar seu negócio, depois brada a todos que a iniciativa foi privada. Não me perguntaram se eu gostaria de financiar a produção de arroz ou queria mais recursos na educação ou saúde? Mas, como damos “um cheque em branco” ao elegermos nossos governantes, eles por representarem uma classe social direcionaram nossos recursos para subsidiar o lucro de poucos. Historicamente comprova-se que iniciativa privada não é o caminho para a eliminação da pobreza. Mas, sim, gera cada vez mais pobreza, pois a produção é expropriada do trabalhador. Assim, enquanto nossos representante olharem o desenvolvimento apenas sob a ótica econômica teremos a continuidade da exclusão social que vivemos. Desenvolvimento deve ter como principal norte o ser humano, abrangendo a lógica socioeconômica. Não existe caro Deputado, turma do contra. Existem pessoas que pautam sua atuação política no intuito de garantir novos princípios de produção social. Onde, prioriza-se a produção coletiva. Por que o Estado de Roraima não financia uma cooperativa indígena para produzir arroz na terra indígena Raposa Serra do Sol, como financiou vocês no passado? Vê como não existem contras. São lógicas distintas de apropriação da riqueza, a sua é individual, a nossa é coletiva. Devemos sim investigar as denúncias apresentadas, e, punir exemplarmente que não cumpre a legislação brasileira, mesmo soube a ótica ambiental. Se há denúncias que os defensivos agrícolas (agrotóxico sim! Caro Deputado), ou melhor, “veneno contra pragas” não seguem as normatizações estabelecidas pela Lei, deve sim apurar-se, pois, são minhas crianças, e, os demais cidadãos e cidadãs que comem o arroz produzido por aqui. A ignorância existente em Roraima, caro Deputado, é termos nossos representantes cometendo os mesmos erros históricos cometidos por outros Estados. Não podemos transformar Roraima em um celeiro de grandes latifúndios – produzindo cana, arroz, soja, milho e etc. A grande propriedade é um atraso geopolítico. Infelizmente essa foi à lógica de domínio político, imposto à sociedade desde a chegada dos portugueses. Lógica que está com seus dias contados. O Brasil e Roraima não aguenta mais essa forma de usurpação da sua riqueza. Por fim, lamento não termos um governo socialista. Se assim o tivéssemos! Teríamos toda nossa produção regulamentada, primando pelas potencialidades locais para o crescimento econômico, e, pela garantia de melhores condições de vida à sociedade. Infelizmente somos obrigados a conviver num país capitalista, onde um representante do povo utiliza seu mandato para defender apenas os seus próprios interesses financeiros. Bom dia.