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sábado, 8 de maio de 2010

Plano de desenvolvimento econômico?

Em matéria publicada ontem na folha de Boa Vista podemos observar que o Estado de Roraima, iniciou a elaboração de um plano de desenvolvimento para nós roraimenses.
Importante destacar, pelo que consta na matéria, a intenção de vincular a ZPE e o Distrito Industrial (que poderia ser incorporado pela futura ZPE) as potencialidades da região. Quais as potencialidades? É necessário compreender que o potencial inicial deve ser visto no reordenamento e no fortalecimento do setor primário da economia.
Concordo que a regularização fundiária. Importantíssima para o caminhar de qualquer proposta de desenvolvimento. Trará um amparo legal aos investidores e assentados. Porém, é necessário desenhar um amplo movimento de organização dos serviços básicos. Ou seja, precisa-se desenvolver uma infra-estrutura em torno da saúde pública e da educação.
Nossas vicinais estão a cada dia compostas por pessoas idosas. Pois não há incentivo, nem atrativo para que os jovens continuem a desenvolver o sonho idealizado por seus pais. Cerca de 100% dos assentamentos não disponibilizam áreas de lazer ou acesso a conhecimento. Na realidade a maioria não tem acesso à energia e água potável.
É salutar empreender este movimento. Mas, necessitamos democratizá-lo e envolver os diversos atores sociais que podem contribuir com este processo. Nosso Estado (entes federados) necessita apreender a escutar a sociedade. Qual o papel que entidades como a FETAG (Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras na Agricultura), a APIR (Associação dos Povos indígenas), CIR (Conselho Indígena de Roraima), SODIUR dentre tantas outras irão desenvolver na constituição deste plano de desenvolvimento.
Nossos gestores municipais estão participando deste processo? É importante compreender que as pessoas vivem nas cidades – e não no Estado – desta forma é imprescindível a integração direta dos prefeitos e seus secretários nesta etapa política. A não ser que mais uma vez a proposta seja apenas uma peça política e não um plano para o desenvolvimento e consequente distribuição de renda.
Não podemos perpetuar políticas desconexas. Adianta destocar, arar, distribuir muda, se não conseguimos organizar uma assistência técnica compatível com as necessidades encontradas. Precisamos incorporar as gestões municipais no fortalecimento da assistência técnica.
A maior preocupação que me apetece é estarmos criando um monstro que não responde a realidade imposta pelo desenvolvimento e estejamos mais uma vez despejando dinheiro público pelo ralo. Erros como o que vislumbramos no zoneamento econômico-ecológico não é admissível. Campos Novos, vila, sediada em Iracema é hoje a segunda localidade em produção de banana. Porém, no zoneamento realizado não consta produção de banana nesta localidade. Precisamos responder as necessidades e as potencialidades fomentadas por este povo há anos desprotegido de ações políticas que vislumbrem sua melhoria de qualidade de vida e a distribuição de renda.
Pensar em desenvolvimento não é pensarmos apenas na disponibilidade de mão-de-obra. Necessária em qualquer processo de industrialização como o que pretendem implementar em Roraima. Mas é, diretamente obrigação construir um programa de investimento em ciência e tecnologia para construção de novas ferramentas que sustentem o processo de produção em toda sua cadeia. Acredito que a realização de audiências públicas pode impedir que as terras e as políticas de desenvolvimento sejam estruturadas para fortalecer apenas o agronegócio. A iniciativa está correta. Mas, o método de elaboração precisa ser democratizado. Bom dia. Um ano de transformações.

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