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ESPERO QUE ESTE BLOG CONTRIBUA PARA EFETIVARMOS UM DEBATE SOBRE O ESTADO DE RORAIMA. ACREDITO QUE SÓ AS PALAVRAS VINCULADAS A AÇÃO DA SOCIEDADE PODE TRANSFORMAR A REALIDADE EXCLUDENTE QUE VIVENCIAMOS NESTE LAVRADO DE MACUNAÍ'MA

sábado, 8 de maio de 2010

A culpa é da pulseira?

No último dia 27/04/2010, nossa câmara de vereadores, num amplo resgate da dignidade da família e dos seres humanos aprovaram que é “proibido” o uso de pulseira ou sua comercialização, a famosa e midiática “pulseira do sexo”.
Inicialmente devemos ter duas questões a serem debatidas. Qual a concretude de uma Lei que busca proibir algo? E atacamos realmente o problema?
Acredito que infelizmente o caso das “pulseiras do sexo” conquistou um espaço midiático maior do que o necessário, porém, medidas educativas devem ser tomadas a fim de esclarecer as conseqüências não do uso da pulseira, mas do sexo durante a adolescência.
As “pulseiras do sexo” apenas representam um comportamento social de nossos jovens. Infelizmente quem faz sexo, dar um beijo, dar um amasso. Bem! Não sei dos outros ícones atribuídos as ditas pulseiras? Não são estas últimas, mas, sim nossos jovens o foco real do problema. Pois, a partir de uma vida sexual ativa, no início da adolescência, é que observamos o aumento da prostituição infanto-juvenil, dos casos de pedofilia, da exposição do corpo da mulher e do homem.
O problema correlaciona-se com parâmetros sociais aceitáveis. As TV’s vendem sexo. Os filmes americanos vendem sexo e violência. As revistas vendem o corpo. As escolas transformaram-se em ambientes de namoro.
Onde nasci falava-se que havia tirado um “sarro” com a garota, foi amasso, hoje é ficar. A maioria das escolas não possuem limites para controlar a efervescência hormonal de nossos jovens, permitindo cenas absurdas ao ambiente, mais aceitáveis por exemplo na “magnífica novela malhação”.
Acesso indiscriminado a rede mundial de computadores. Com jovens e crianças até altas horas com suas mentes voltadas ao consumo, de coisas boas e ruins, fornecido pela internet. Nossas músicas “falam da calcinha”, “comer a safadinha”, “chupa que é de uva”, “a carapanã só que pica pra chupar”, “esfrega que ele sobe”, “a mulher safada que só quer...”. Enfim essa cultura vulgar, comercial, de baixo nível intelectual que nossas crianças e jovens consomem todos os dias. E a culpa é das pulseiras?
Podemos citar também o envolvimento cada vez mais cedo com drogas e álcool. É. Nossa futura geração a cada ano dedica-se ao consumo de drogas, cada vez mais alucinógenas e de baixa qualidade, e as bebidas. Essa é uma realidade. E a culpa é das pulseiras?
Lembro-me quando estourou o escândalo do “mensalão”. Pensei que finalmente a “sociedade” teria condições de enfrentar este dilema secular da corrupção dentro do parlamento capitalista brasileiro. Enfim encontramos alguns culpados e não buscamos solucionar o problema.
Nossos jovens iniciam uma demonstração explicita que estão cada vez mais cedo praticando sexo. E ao invés de tratarmos a situação com a relevância que merece. Culpamos as pulseiras. O mais rápido nossa juventude idealizará novos métodos para demonstrarem seus desejos carnais aos outros.
Uma pergunta me incomoda. Como foi definida a “pulseira do sexo” na Lei? E se ao invés de pulseiras nossas meninas começarem a usar “chuquinhas de cabelo”, “roupas de determinado estilo”, “determinadas cores de batom”, ou “simplesmente expressarem verbalmente seus desejos”. Vamos proibir também?
A proibição é um ato de uma estrutura falida, quando não encontra mais medidas para conter uma situação real e que incomoda os preceitos sociais de convivência. Acredito que a medida é apenas uma peça política que busca render dividendos políticos a algumas pessoas. Mas, na prática não procura olhar o problema para diminuirmos suas conseqüências sociais, em Roraima, conhecemos bem essa situação com adolescentes, em grande número, mães ou com doenças sexualmente transmissíveis. Espero francamente que os lares passem a ver a cultura do corpo e do sexo, como um problema social que nossas crianças e jovens enfrentam em nossos dias. Unindo forças as famílias, as escolas e a sociedade em geral na busca de conhecimentos que possibilitem uma vida saudável e uma orientação sexual que promova a mudança dos atuais hábitos vigentes e aceitos pela sociedade capitalista. Bom dia.

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