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ESPERO QUE ESTE BLOG CONTRIBUA PARA EFETIVARMOS UM DEBATE SOBRE O ESTADO DE RORAIMA. ACREDITO QUE SÓ AS PALAVRAS VINCULADAS A AÇÃO DA SOCIEDADE PODE TRANSFORMAR A REALIDADE EXCLUDENTE QUE VIVENCIAMOS NESTE LAVRADO DE MACUNAÍ'MA

terça-feira, 15 de março de 2011

Qual medida é a certa?

Recentemente estamos sendo inseridos em um determinado círculo virtuoso, de proteção as nossas crianças e adolescentes. Determinações de horário para estarem nas ruas, captura de estudantes que se encontram fardados pela rua, dentre outras situações. Agora se proibi a venda de bebidas por ambulantes.
Acredito que a proteção de nossas crianças e adolescentes é primordial no desenvolvimento de nossa sociedade. Enfim, uma responsabilidade do Estado que deve oferecer as condições adequadas ao seu desenvolvimento na educação, no esporte, no lazer e na cultura. E, uma responsabilidade da família que deve impor limite e orientar sobre os caminhos oportunizados pela vida, e suas consequências.
Não podemos debater a situação de nossos jovens sem observar a estrutura socioeconômica em que vivemos – o capitalismo. A pós-modernidade trouxe uma ampla liberalização de comportamentos no ocidente, em torno de muita luta em defesa da individualidade, necessária a sanha consumista do capitalismo. E caro procurador, a indústria de produção de bebidas foi, e, é um dos principais filões de lucratividade do capital. Uma droga lícita que mata e desagrega a convivência das pessoas.
Desta forma, nossas crianças e jovens, são acometidos todos os dias com uma carga imensa de propagandas de bebidas alcoólicas, na TV e na internet. Lindas garotas encantam a meninada, principais foco da sanha consumista do capital através das empresas de publicidade. Lógico, numa sociedade machista, onde o garoto sai com o carro do paizão, e possui um dinheiro a mais numa noitada, deve o homem, ser o foco, a mulher será consequência, em virtude do padrão machista de poldar nossas mulheres.
Vamos realmente enfrentar o problema? Regulamentemos em Roraima a proibição de propagandas de bebidas alcoólicas em nossas meios de comunicação, eventos esportivos e culturais, bem como, em programas como o “BBBesteria”, ou melhor na malhação, também nos filmes. Se quisermos proteger nossas crianças devemos evitar essa perversa lógica de vincular alegria à bebida, fato constante nos mais media.
Agora, caro procurador. Impor a dezenas de famílias roraimenses, em grande parte desempregada, ou subempregada, a impossibilidade de ganhar um dinheirinho extra, vendendo bebidas em show, é demais. As ações devem ser tomadas observando seus resultados, e, será complicado para muitos colocar comida para suas crianças, depois dessa “fabular” decisão.
Mas, já que o douto juiz dono da sabedoria secular do conhecimento legal burguês! Convido-o a proibir a venda de bebida em todos os ambientes de festas. Acredito não ser possível, pois, feriríamos interesses de grupos econômicos locais que ganham muita grana vendendo bebida, em suas festas. Agora, o pobre. Não! Este nós conseguimos controlar, aumentamos o lucro dos estabelecimentos e relegamos os já excluídos a uma situação de mais exclusão social, onde existem crianças.
Tomemos doutor juiz. Uma atitude honesta. Punamos os comerciantes que vendem bebidas a crianças e adolescentes, seja rico ou pobre, seja empresário ou ambulante. Mas, dizer que o comerciante ambulante é responsável pela venda de bebida aos nossos jovens. È um equívoco. Na maioria das vezes começam a beber em suas próprias casas. O champanhe do fim de ano de vastas salas é um bom exemplo.
Usemos nossa capacidade de influencia para garantir os direitos de nossas crianças terem espaços públicos de lazer, de práticas esportivas, de acesso a manifestações culturais e de uma educação de qualidade. Desta forma, estaremos construindo um bom caminho, estaremos atacando o problema em sua essência – a falta de política para nossos jovens – consumidos hoje pela TV e a Internet. Não estaremos tentando combater a causa da falência de um Estado e de um sistema econômico que não se importam se é criança, jovem ou adulto que ingerem bebida alcoólica, importam-se apenas com a venda e a acumulação de capital. Reflitamos onde podemos atuar para transpor essa realidade. Bom dia.

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